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Kamila Pitombeira
22/08/2011
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A Clorose Variegada dos Citros (CVC), mais conhecida como amarelinho, é uma doença que afeta as folhas e os frutos na citricultura. Quando não tratada, pode-se perder até 100% das plantas, que passam a deixar de produzir no pomar. Para evitar que o problema ocorra, os produtores devem adotar medidas como a aquisição de mudas sadias e o controle de insetos vetores, ou seja, transmissores da doença. Segundo o Dr. Hermes Peixoto, pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, essa doença é causada por uma bactéria sistêmica que circula dentro da seiva da planta e, ao fazer essa circulação, ocupa partes dela, causando manchas foliares semelhantes a deficiências nutricionais.
— No entanto, o pior dano que ela causa é o amadurecimento precoce dos frutos. Antes de se desenvolverem, eles ficam amarelos, endurecidos e imprestáveis para consumo in natura ou processamento de sucos. É uma doença que afeta basicamente os frutos, mas que acontece inicialmente nas folhas — afirma o pesquisador.
De acordo com ele, os danos causados na produção por essa doença dependem da incidência dela e das condições climáticas da região. Ele diz que se todos os fatores que facilitem o aparecimento da doença estiverem presentes, podem ocorrer situações onde 100% das plantas são afetadas e passam a não produzir mais no pomar.
— Para prevenir o aparecimento da CVC na citricultura, a primeira medida deve ser comprar mudas de boa procedência. Isso porque a muda é o principal transmissor da doença. Entretanto, essas mudas, mesmo sadias, podem ser infectadas ao serem levadas para o campo. Isso ocorre porque a doença conta com um vetor. Portanto, o outro processo de combate seria o controle dos vetores — explica Peixoto.
Além disso, o pesquisador orienta que, ao longo do desenvolvimento da planta, o agricultor deve observar os sintomas nas folhas. Os ramos portadores desses sintomas devem ser podados para evitar que a bactéria seja transmitida para outras partes da planta. Já em relação aos custos com procedimentos para prevenir o problema, Peixoto afirma serem mais altos.
— As mudas sadias obtidas de telados são mais caras que as mudas convencionais. Além disso, o agricultor precisa utilizar produtos químicos para o controle do problema. Esses dois aspectos podem onerar em torno de 60% do custo de produção da laranja, por exemplo — afirma.
Ainda segundo ele, a CVC pode passar despercebida pelos produtores rurais porque os sintomas de folhas parecem com sintomas de desnutrição. Já os frutos pequenos, podem ser confundidos com falta de adubação, por exemplo. Por isso, ao encontrar plantas com coloração verde clara ou amarela nas folhas e frutos pequenos, o pesquisador orienta que o produtor procure um técnico ou engenheiro agrícola para poder diagnosticar a presença da doença.
Para mais informações, os interessados devem entrar em contato com a Embrapa Mandioca e Fruticultura através do número (75) 3312-8048.
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